Jorge Muniz Barreto
CV Lattes Resumo Textos Trabalhos Pessoal Fotos Ponteiros Principal
Interesses Pessoais: Shivaismo
Religião da Natureza Vijñánabhairava     Objetos shivaitas    Lendas shivaitas
Lendas shivaitas:

Os Sonhos do Rei

Um dia um grande rei sonhou com uma raposa pulando para cima e para baixo no

seu lindo palácio. Acordou revoltado e inquieto. Chamou os ministros e narrou o

sonho. Ele queria uma resposta, uma interpretação. Ninguém sabia explicar.

Quanto mais ele contava o sonho menos as pessoas compreendiam,  e as respostas

que davam eram  tolas ou falsas. 

 

O rei decidiu dar uma recompensa  àquele que trouxesse uma resposta coerente, e

mandou que o arauto  real sa’sse a espalhar a noticia. 

 

Ivan era um sem casta, estrangeiro e voltava para casa depois de um dia duro.

Estava t\~ao  cansado que sentou  perto de uma cachoeira para repousar e começou

a pensar: 

 

- Ah, que bom seria se eu soubesse decifrar o sonho. Poderia  me tornar rico.

Mas ai de mim, como são ilusórios esses pensamentos. 

 

- Você quer mesmo saber o significado do sonho? 

 

Disse uma voz suave de trás da água que caia. Ivan olhou e viu uma linda jóvem

escondendo seu corpinho nas águas que caiam mas deixando ver  um corpinho

maravilhoso, com seios durinhos, esbelta e pernas fortes como convem a uma

jovem atleta.

 - Que esta fazendo aqui tomando banho nua na cachoeira? Seus pais sabem disto? 

- Se gostou de meu corpo  devias olhá-lo e não falar de meus pais, mas eles

sabem que estou aqui!   

- Porque não me conta o significado do sonho, se é que sabe? 

A quase menina saiu debaixo da cachoeira. A agua ia ate pouco abaixo de seu umbigo deixando perceber que ela estava realmente completamente nua. Tinho no entanto colares de bolas brancas, um cordão de contas na cintura e braceletes debolinhas. Ivan quiz se aproximar mas ela disse:

 

- Entre nos existe um poço e um rodamoinho, não tente se aproximar. Não foi

para fazer-te sentir meu corpo e minha feminilidade que voltei, mas para

ajudar-te a ganhar a recompensa do rei. Ivan ficou parado. 

- Vou  contar se prometer me  dar metade da recompensa que  receberá do rei. 
 

Ivan concordou. 

 
A estranha criatura então falou: 

 

-A raposa pulando significa que a atmosfera está cheia de falsidade. O palácio

é o s’mbolo do reino e a raposa é o s’mbolo da falsidade. O rei deveria ser

muito cauteloso com aqueles que estão ao seu redor. 

 

Agradecendo Ivan partiu em direção ao palácio. 

 

Chegando ele, viu o rei na sala de audiência cercado  de astrólogos,

sacerdotes, eruditos, videntes. Mas pelo ar pensativo que ele tinha, Ivan

percebeu  que não estava  satisfeito.  Sentiu tambem um certo as de conspiração,

 

Aproximou-se saudou o rei e pediu licença para interpretar o  sonho em

particular. 

 

O rei o atendeu a sós, e Ivan narrou o que sabia. 

 

O rei ficou satisfeito, lhe recompensou com uma imensa quantia e o apresentou a

todos como um sábio. No dia seguinte enquanto fazia o caminho de volta para

casa,  Ivan ia feliz, mas lembrou que deveria dividir o dinheiro com a jóvem.

Ficou triste, e decidiu  que iria pra casa viver a sua vida, e esqueceu o

encontro. 

 

Casou-se construiu uma bela mansão  e viveu feliz durante alguns anos. 

 

Casa de Ivã

 

Um belo dia um mensageiro do rei bate a sua porta. Outro sonho precisava ser

decifrado. O rei queria vê-lo o mais depressa poss’vel Ivan diz que estará no

palácio no outro dia cedo, mas pede ao mensageiro que lhe narrasse o novo

sonho.  O rei sonhou que um deslumbrante  punhal oscilava sobre o palácio,

especialmente à volta da cúpula do palácio. 
 

Ivan passou a noite inteira pensando em uma resposta e nada lhe ocorria. 

 

O jeito era procurar a jóvem do lago, se ela ainda estivesse por lá.  Foi.

Chamou-a e ela apareceu. Apesar dos anos continuava linda e ainda mais sensual.

Depois de ouvir as desculpas de Ivan, disse:

 

- Tudo bem, eu lhe conto  desde que você me dê metade  do que receber.

Ivan concordou. 

 

- Há violência na atmosfera. O punhal é o s’mbolo da violência, o palácio é o

s’mbolo do  reino e a cœpula  é a cabeça do reino. O reino e o rei estão

cercados de inimigos que estão  tramando desencadear violência. O rei deveria

ficar de atalaia. 

 

Ivan corre ao encontro do rei para lhe narrar o significado. 

 

O rei fica satisfeito com o resultado e dá uma quantia maior  do que a da

primeira vez. Ivan retorna feliz e ao ver a cachoeira de longe se entristece.

Por que eu tenho  que dividir o que é meu? E se ela ficar zangada, e for contar

toda a verdade ao rei? Automaticamente apanha uma pedra e esconde no bolso. Ao

vê-lo, a nukher vem em direção de Ivano, e é atingida em cheio pela pedrada,

mas mesmo assim ainda encontra forças  para fugir. 

 

Ivan vai para casa e vive feliz. Todos o consideram um chefe de fam’lia

exemplar.

 

--------

 

Anos depois recebe a visita de outro mensageiro. Fica  desesperado por que

precisa interpretar mais um sonho. Desta vez o rei sonhou com lindos carneiros,

brancos como a neve saltitando  por seu palácio.   O mensageiro percebe que

Ivan está relutante, com muitas  desculpas, volta e conta tudo ao comandante

das tropas que  imediatamente o procura com ameaça  de morte por

desobediência.   Ivan chora a noite toda arrependido. 

 

O seu arrependimento lhe deu coragem para voltar a cachoeira novamente e a

encontra não muito longe, mostrando todo seu corpo na relva. Quando ele se

aproxima la lhe diz: 

 

- O rei lhe procurou outra vez? 

 

- Sim! 

 

- Você promete me dar metade do que receber desta vez? 

 

- Acredite, eu lhe darei tudo! 

 

-  Pois muito bem, o sonho significa que a atmosfera está cheia de paz amor e

inocência. O rei não tem nada a temer. 

 

Ivan vai ao palácio, conta ao rei a sua interpretação, e retorna com muito

mais dinheiro. Desta vez a imagem da mulher na relva não lhe sai da cabeça. Vai

até a cachoeira, chama a jóvem  e diz: 

 

- î sábia camponesa que não sei nem o nome aqui está tudo conforme lhe prometi,

e  vou agora até a minha casa pegar o restante que lhe roubei. Sou um sem

casta, estraneiro vivendo com dificuldade. O que dou para minha familia é com

muito esforço. Por favor, me perdoe. Sua beleza me perturba mas tenho mulher e

filhos que me deram amor todos estes anos. Não devo sentir o erotismo de teu

corpo pois estaria faendo-os sofrer

 

- Espere, eu não o censuro por sua conduta passada. Na primeira vez você foi

tentado a me enganar porque havia  falsidade no ar. Me olhou com cobiça

disfarçada. Na segunda vez você foi violento comigo porque havia  violência no

ar. Antes queria me violar ainda no lago da cachoeira. Você é como qualquer

homem comum, governado pelo esp’rito que domina o ambiente. Se comporta em

macho lutador esquecendo que ganhar e subjugar o inimigo nada significa. A

vitória não é eterna! Poucos são os que não se deixam influenciar.

 

E foi se afastando. . 

 

-E o dinheiro? 

 

Parou e se voltou. A ponta de seus seios com o vento estavam eretos. Ivan se

sentiu envadido de amor.

 

-Eu não preciso.  Se tivesse necessidade dele eu mesmo teria ido até o rei. Sou

uma  yakshini . Prego o que aprendi com minha mãe mulaprakrti  Para mim não

existem castas nem estrangeiros, todos foram concebidos e nascem do mesmo modo,

logo são iguais. .Na terceira vez você foi honesto pois pairava no ar ``paz,

amor e inocência''. Apesar de minha nudez soubestes me respeitar e muito mais

importante: respeitar tua fam’lia. Com meus poderes so sou violada quando

quero, e isto o faço em nome do amorÉ Desta vez você deu valor aos valores

feminimos, aos meus valores. Eu soube te perdoar e compreender teus erros:tal a

mão que sempre perdoa seus filhos por que os amo, eu te perdoei apesar de não

gostar de teu comportamento dagressivo com a vida: fostes primitivo como homem

guerreiro duas  vezes. Na œltima vez mudou: foi movido pela homestidade,

verdade e amor. Que o amor erótico que sentiu por meu corpo seja a chama que

acenderá em t’ o amor em todos os teus atos. Para ter amor te comporte de modo

feminino: como a mŒe que olha para o filho que acabou de sair dela e que é

tambem sua criação Ð olhe com todo  amor. Adeus, desejo-te uma vida feliz e

sensata, cheia de amor. 

 

E aquele corpinho maravilhoso começou a se tornar transparente. Foi

desaparecendo e deixando atraz de si apenas o som do vento que cortando as

aguas da cachoeira faziam ouvir 

auuummmm