UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

Pós-Graduação em Ciência da Computação

Informática na Educação

Profª. Edla

Daniele Andres


Este livro propõe métodos e condições para uma educação libertadora com objetivo de que não exista pessoas excluídas, nem massificadas perante a sociedade em que se vive.


Síntese:

Educação como Prática da Liberdade (Paulo Freire)

Segundo Paulo Freire é importante salientar que educação permite ao homem a integração ao contexto em que se vive, faz dele um ser situado e datado, ao contrário da massificação, a qual o torna acomodado, destemporalizado.

Porém, quando não existe essa integração, um ponto importante para as relações com outros homens, e que se aperfeiçoa na medida em que a consciência se torna crítica, faltará ao homem a liberdade. Sendo assim, toda vez que se suprime a liberdade, o ser humano fica meramente ajustado, acomodado, sacrificando a sua capacidade criadora.

Mas como o homem se torna integrado ao seu contexto? Toda vez que o homem lida com a realidade através do ato de criação, recriação e decisão, ele vai dominando o mundo e, consequentemente, humanizando a realidade, contudo há a necessidade das pessoas se libertarem, da escolha que se faz e de um povo crítico, de uma educação libertadora.

Esta educação tem que ser corajosa o suficiente para propor ao povo a reflexão sobre si mesmo, sobre seu tempo, suas responsabilidades, o seu papel na cultura e que leve em consideração os vários estados de compreensão da realidade com relação ao condicionamento histórico-cultural.

Esses estados de compreensão são a intransitividade da consciência, transitividade ingênua e a transitividade crítica.

Uma sociedade intransitiva em sua consciência é considerada fechada, pois se caracteriza pela centralização dos interesses do homem em torno de formas mais vegetativas de vida, ou seja, sua preocupação se restringe ao que há de mais vital. Sua esfera de apreensão externa é restrita.

Na medida em que o seu poder de captação e de resposta às sugestões e questões que partem de sua esfera e aumenta o seu poder de dialogação, não só com outro homem, mas com o mundo, sua consciência se torna transitiva. Suas preocupações e interesses, nesse momento, se alongam a esferas mais amplas.

Esta transitividade da consciência leva o homem a vencer seu incompromisso com a existência, característico da consciência intransitiva e o compromete quase que totalmente.

A consciência transitiva é, num primeiro estado, ingênua, pois é uma fase que se caracteriza pela simplicidade na interpretação dos problemas, pela tendência em julgar que tempo passado foi o melhor, pela subestimação do homem comum. Esta consciência também está relacionada a um forte teor de emocionalidade, pela polêmica.

Já a transitividade crítica é voltada para a responsabilidade social e política, se caracteriza pela profundidade na interpretação dos problemas, na prática do diálogo ao invés da polêmica, pela receptividade ao novo, não recusando o velho.

Outro ponto importante que Freire diz é sobre a situação do homem perante a sociedade, o mesmo é esmagado, oprimido, massificado. acomodado, dominado por elites, as quais suspendem a participação deste homem das decisões e opiniões. À medida em que este homem vai crescendo, as elites vão percebendo o perigo e agindo continuamente contra esta evolução.

Mas toda esta situação relatada anteriormente é explicável, devido que a formação histórico-cultural do Brasil está atribuída desde o descobrimento, quando fomos colonizados e somos "colonizados até hoje", mesmo vivendo num país "democrático". Neste mesmo aspecto Freire define esta situação de "inexperiência democrática", onde torna o homem acomodado e ajustado ao meio em que vive.

Paulo Freire afirma que a educação possibilita ao homem a sua libertação, o diálogo como sendo uma questão problematizadora, advertindo do perigo da massificação, da opressão, bem como da alienação do seu mundo.

O autor exeperimentou métodos, técnicas e processos de comunicação, principalmente voltado para a temática do analfabetismo, buscando atingir as bases populares, onde as pessoas seriam agentes modificadores da sociedade e transformariam o mundo a sua volta.

E como se realiza esta educação libertadora? Através de uma alfabetização ligada a cultura do homem e do ambiente em que vive, baseada na ação e no diálogo. Este diálogo é uma relação de comunicação e intercomunicação, que gera a crítica, pois é possível perguntar "por quê?".

O seu método inicia na definição dos assuntos a serem discutidos, o mesmo refere-se ao ambiente em que os aprendizes vivem. Então, o educador traz palavras do cotidiano relacionando-as com a realidade dos alunos. Os mesmos vão criando outras palavras a medida em que os assuntos vão crescendo e o diálogo é permanente. Segundo Paulo Freire, este método mostrou-se mais eficiente e de rápidos resultados.