Aluna: Sônia I. Grüdtner Floriano

Síntese de Leitura sobre o livro "Computadores, Escola e Sociedade"
de Jorge Pedro Dalledonne de Barros Ubiratan D’Ambrosio 1988


 


Neste livro Barros afirma que estamos as vésperas de uma revolução da informação. E propõe uma discussão sobre a importância da preparação do cidadão brasileiro para a inserção da informática na sociedade brasileira.

Segundo o autor uma revolução só ocorre "quando uma estrutura se desmorona e outra assume o seu lugar ... sendo assim, vivemos hoje o caos pré-revolucionário" (Barros, p.08), pois de um lado estão as pessoas que defendem a inserção da informática e do outro as pessoas contrárias a inserção da informática.

"O que caracteriza uma revolução é sobretudo a extensão de mudanças nas várias dimensões do social e a velocidade intrínseca e essas alterações ...      obrigando a um deslocamento para a procura de novos cominhos políticos, econômicos e culturais". (Barros, p. 09)
Tais mudanças atingem as relações dos próprios homens, entre o homem e a sociedade e sobretudo as dimensões política, econômica e cultural do grupo social. Para tanto, Barros esboça um perfil das dimensões econômica, política, social e cultural no Brasil. Crítica a forma dos países em desenvolvimento, como o Brasil tentam resolver os problemas sociais e culturais. Pois, tomam medidas puramente econômicas, colocando em primeiro plano os aspectos econômicos ao invés de atender todos conjuntamente, e peca ainda mais, ao não conceber o desenvolvimento social/cultural como alavanca do progresso, peça chave para a sociedade dar sentido e direção ética ao seu próprio desenvolvimento. Como diz o autor, para se dar ênfase ao desenvolvimento técnico-econômico é necessário o desenvolvimento cultural e sociopolítico, o que em países desenvolvidos é mais visível do que em países em desenvolvimento.

Nestes países em desenvolvimento (como o Brasil) não existe uma política de introdução consciente das tecnologias. As máquinas são importadas e junto delas as necessidades e características culturais dos países de origem (diferentes das necessidades e características brasileiras). Além disso, não existe uma preparação concisa dos profissionais (principalmente no campo educacional) para utilizar a máquina, surgindo então, muitos problemas e dentre eles a resistência de muitos educadores por pensarem que irão ser substituídos por ela.

O autor lembra ainda, que não é o momento de questionar se os problemas educacionais irão aumentar ou diminuir com a intserção das tecnologias, pois segundo ele, os problemas educacionais são bem mais antigos que as próprias tecnologias, elas talvez poderão enfatizar ainda mais tais problemas se forem mau utilizadas. O fracasso ou o sucesso dependerá de quem utilizará e de que forma utilizará, isto quer dizer, depende do preparo e da concepção de aprendizagem de cada professor, ou seja, que tipo de cidadão ele quer formar.

Segundo Barros, o mais importante num momento como este de revolução é preparar o cidadão brasileiro para ser capaz de optar por um modelo democratizado de acesso à informação; ampliar o modo do especialista em informática em perceber o alcance social da nova tecnologia e ser mais crítico nas ações sob sua responsabilidade; aumentar o conhecimento do educador, para que este tenha uma visão abrangente da revolução da informática e principalmente da sua responsabilidade de agente de transformação.

Enfim, é importante que educadores e especialistas descubram a necessidade do uso pedagógico das novas tecnologias , para isso, é preciso se educar para a teleinformática, pela teleinformática e em teleinformática.