Universidade Federal de Santa Catarina
Disciplina: Informática Aplicada à Educação
3 Trimestre/1999
Aluna: Flávia Lumi Matuzawa
Síntese do livro: Computadores, Escola e Sociedade
Autores: Ubiratan Dambrosio e Jorge Pedro Dalledonne Barros
Questão 1: Por que usar as novas tecnologias da informática na educação? As razões são pedagógicas? Econômicas? Políticas? Sociais? Quais são essas razões?
Os autores discutem no livro, os impactos que as novas tecnologias da informática provocam na sociedade, em especial nos países em desenvolvimento. Nesse contexto, eles abordam desde como utilizar os recursos da informática em benefício da educação e até a necessidade de se rever o sistema educacional que hoje reproduz os conteúdos de maneira obsoleta, mesmo diante essa mudança que a tecnologia vem provocando.
Inicialmente os autores tratam da diferença na incorporação de novas tecnologias entre países desenvolvidos e em desenvolvimento tendo como eixo principal o trinômio economia-política-cultura. A análise da incorporação da tecnologia é feita a partir do ponto de vista de países em desenvolvimento como o Brasil. Detalhe importante, é que as características políticas-culturais que são incorporadas devem ser adaptadas e estudadas conforme o contexto de quem adota a tecnologia o que nem sempre acontece nos países subdesenvolvidos. Essa diferença entre as características econômicas, políticas e culturais acarretam em uma preocupação não menos importante que é como essas três forças se relacionam para apoiar a sociedade, educação e o uso da tecnologia. E essa integração, segundo os autores, se dará através da educação que "é a dimensão institucionalizada da socialização e serve à preservação e continuidade dos grupos humanos" (p. 24).
Outras questões também são discutidas, como: o acesso da educação à informática de maneira igualitária pelo sistema escolar, elitismo do ensino e também a substituição do professor.
Em uma tentativa de possível solução, os autores sugerem três frentes de trabalho: educar para Teleinformática, educar pela teleinformática e educar em a teleinformática. Nos dois primeiros casos, encontramo-nos diante de uma sociedade do conhecimento, onde recursos tecnológicos surgem exigindo novas maneiras de se trabalhar. Devido à abrangência da informática, é preciso repensar o conceito de distância e nesse contexto, os autores destacam a importância de se usufruir as vantagens das inserções tecnológicas afinal, quando bem utilizadas podem trazer muitos benefícios. Assim, é preciso educar tanto para preparar o cidadão para esse contexto revolucionário quanto educar utilizando a tecnologia como recurso instrucional.
Como mencionado anteriormente, a presença de novas tecnologias na sociedade em geral e em específico na educação, traz consigo sérias implicações para todos os envolvidos nesse processo. A emergência em se ter a tecnologia sem preparar quem vai utilizá-la acarreta em uma inadequação tanto de interesses quanto do que se faz x o que se pode fazer.
A escola como centro de formação do cidadão, necessita buscar sua renovação e modernização. É claro que a reformulação de um modelo educacional é uma atividade complexa mas é preciso preparar o educando para estar apto ao manuseio da informática em prol de seus benefícios, pois além de estar presente na escola ela está presente no dia-a-dia, através de bancos, supermercados, agências de serviço etc. Para isso, além do aluno aprender a ler e a escrever, deverá aprender a lidar com os computadores.
Finalmente, quando os autores se referem ao educar pela teleinformática, eles colocam a necessidade de incluir tópicos em cursos técnicos de informática que dêem subsídios aos futuros profissionais para dialogarem com os educadores. Isso porque cada um deles tem suas áreas de aplicações e visões bem diferentes e poderiam assim se comunicar tendo um ponto de vista em comum acerca da educação, por exemplo.
Fica ainda a observação dos autores dos cuidados e necessidade que se devem tomar para se implantar o computador na educação: "uma política de informática clara, intensiva e profundamente nacionalista será essencial na definição dos rumos que tomarão os países em desenvolvimento" (p. 53). E isso não deixa de incluir cuidados sociais, políticos e econômicos da sociedade em questão.