UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DISCIPLINA: INFORMÁTICA APLICADA À EDUCAÇÃO
PROFESSORA: EDLA MARIA FAUST RAMOS
MESTRANDA: REJANE COSTA / rejane@eps.ufsc.br
Uma síntese da obra: Coleção Informática & Educação Computadores, Escola e Sociedade Jorge Pedro Dalledonne de Barros e Ubiratan D`ambrosio Editora Scipione
A síntese desta obra tem o objetivo de responder a pergunta: Por que usar as novas tecnologias da informática na educação? As razões são pedagógicas? Econômicas? Políticas ? E sociais? Quais são estas razões?
"Estamos vivendo um período pré-revolucionário, defende-se que uma revolução ocorre quando uma estrutura desmorona e outra assume o seu lugar. Sendo assim, vivemos hoje o caos pré-revolucionário. As pessoas que se defrontam com a nova tecnologia ainda se dividem em dois grupos antagônicos: um favorável, outro contrário à informática"(p,8). Atualmente estamos passando por situações que comprovam a citação do parágrafo mencionado pelo autor, por exemplo: os caixas eletrônicos (desempregando os caixas de bancos), catracas eletrônicas (desempregando os cobradores de ônibus), etc.
Uma revolução é sempre precedida por uma crise intensa e extensa, ao mesmo tempo. Intensa porque agride valores, conhecimentos, habilidades, instituições e modos de vida vigentes; extensa porque ameaça a sociedade como um todo, obrigando a um deslocamento para a procura de novos caminhos políticos, econômicos e culturais.(p,9).
Para entender alguns termos que será utilizado pelo autor no decorrer desta obra é necessário defini-las para haver melhor compreensão e distinção entre as mesmas.
Pode-se definir telecomunicações como a ciência da conexão e transporte da informação; preocupa-se sempre com a possibilidade de utilização de um serviço por um maior número de pessoas. A informática pode ser entendida como a ciência do armazenamento, recuperação e transformação da informação; teve sempre como preocupação a velocidade e a capacidade de processamento do sistema. Teleinformática é a convergência das duas, configura-se como a ciência da conexão, transporte, armazenamento, recuperação e transformação da informação. Caracteriza-se pela permanente tentativa de tornar a informação acessível a um maior número de pessoas.(p,10).
"A informática pode ser considerada como a ciência do tratamento automático da informação e que, para isso, faz-se mister uma linguagem que a manipule e transforme a informação, parece-nos válido apreciar agora a informática do ponto de vista da linguagem".(p,14).
"A comunicação do homem, através do qual ele representa e transmite seus pensamentos ou, numa formulação mais adequada ao presente contexto, produz conhecimento, transforma e gera informações. Consideraremos, primeiro, a relação entre indivíduos, enfocando a evolução de seus modos de comunicação, para depois discutir a máquina ou, mais especificamente, o computador enquanto ferramenta de tratar a informação. Teremos, assim, o pano de fundo necessário para avaliar as formas de comunicação do homem com a máquina e, consequentemente, da máquina consigo mesma no processamento da informação".(p,14).
"Na realidade, a teleinformática é a ciência que tem como espaço de possibilidades os dois extremos. Colocá-la a serviço de um ou de outro objetivo dependerá, única e exclusivamente, da capacidade de um grupo social para interpretá-la e adequá-la às suas necessidades e intenções, ao invés de absorvê-la acriticamente - em outras palavras, a influência da teleinformática no social é muito mais ampla do que faz supor o mero debate da introdução de um recurso instrucional na educação".(p,17).
"Com esse pano de fundo, refletimos sobre as contribuições que a teleinformática poderá trazer ao social brasileiro, a dimensão política compreende as ações que têm como objetivo a manutenção da unidade de um grupo e a administração de seus conflitos. A busca do diálogo para a auto correção do conflito e seu oposto, a intervenção governamental corretiva, são ações típicas deste processo. A dimensão econômica compreende as ações que visam o crescimento harmônico do grupo e sua eficiência produtiva distributiva. As ações características desta dimensão são aquelas que contribuem para a regulagem (auto-regulagem ou regulagem comandada por intervenção externa) do processo econômico: controle de estoques, produção, movimento de capitais, preços, etc. A dimensão cultural compreende as ações destinadas a preservar os valores e conhecimentos e a fazer circular a própria produção cultural. As ações características desta dimensão são a formação/evolução e a disseminação de valores culturais".(p,22).
"A educação enquanto tarefa social, na medida em que, preparando as novas gerações, reproduz em sua ação a estrutura social do grupo que a determina e a garante, emerge da dimensão sociocultural para consolidar a integração entre esta e as dimensões sociopolítica e socioeconômica. A educação, todavia, deve ser o veículo efetivo da evolução social, pelos valores que consegue transmitir e não somente pelos que não consegue, isto é, deve ser não só um meio de conservação da estrutura social, mas também um meio de evolução dinâmica dessa estrutura".(p,25).
"É necessário prover o homem de instrumentos que o auxiliem na sua busca de plenitude; o homem, sob o ponto de vista filosófico, terá de ser uno, procurando construir, permanentemente, um todo com o outro".(p,25).
"Buscar homens que, participantes de sistemas, exponham seus projetos e seus inconscientes para a construção de outros sistemas; enfim, homens que façam história".(p,25).
"Uma filosofia da educação que privilegie não só o funcional mas também, e principalmente, o existencial - o objetivo é formar um homem que consiga amar ao próximo como a si mesmo".(p,26).
"Como a teleinformática se afetam mutuamente? Nos países em desenvolvimento, a educação deve constituir-se num instrumento eficaz para a transmissão de conhecimentos específicos - imprescindíveis à evolução do aparato técnico-produtivo - e, ao mesmo tempo, de conhecimentos que viabilizem a harmonização entre o desenvolvimento da dimensão econômica e o das demais dimensões". (p,26).
"A educação precisa ser efetiva não só em termos do conteúdo, mas também em termos do próprio processo de ensino". (p,26).
(...)conteúdo, deve-se construir e fundamentar uma cultura geral comum que sirva de alicerce às diversas especificidades e seja capaz de qualificar a significação do próprio desenvolvimento e de imprimir-lhe direção ética. (p,26).
(...)processos de ensino, urge atacar de frente a problemática da pedagogia geral que suporte a formulação de pedagogias, sem negligenciar a necessidade de pesquisar a utilização de recursos instrucionais que atinjam um número maior de pessoas a um custo obrigatoriamente mais baixo. Os perigos acarretados pelo computador, se usado de forma individual, e a substituição do professor pela máquina têm sido os aspectos mais constantemente debatidos quando se considera o impacto das inovações oriundas da revolução da teleinformática. (p,28).
"O computador pode ser utilizado também dessa forma, mas não somente. Usá-lo para enfatizar uma educação pela socialização ou uma educação individualista, para dar primazia a uma educação baseada na concepção de que educar é transmitir conhecimentos, ou a uma educação orientada pela convicção de que educar é desenvolver o potencial mental máximo - tudo isso dependerá única e exclusivamente daqueles que irão utilizá-lo. Neste sentido, o computador é um recurso a mais, que pode ser usado bem ou mal, dependendo da pedagogia em que se acredite e do que se deseje fazer do homem a ser educado". (p,28).
"Trata-se de uma questão ligada fundamentalmente à substituição do homem pela máquina. (...)podemos acreditar na substituição dos professores menos capazes, que se contentam em fazer da sala de aula o local de separação entre o que sabe e os que não sabem, impondo-se como donos de um saber incontestável, visto que não permitem espaços para o confronto. Havendo a democratização da informação, haverá concomitantemente a democratização da relação entre professor e aluno. Apenas desta forma é que se cria conhecimento: pela crítica que se faça ao próprio conhecimento". (p,29).
"Na verdade, o uso do computador como meio instrucional não torna dispensável o professor; antes, pode liberá-lo de algumas tarefas e reservar um espaço maior para o contato interativo entre ele e o aluno, necessário a um ensino que valorize a aprendizagem por descoberta. O computador não é um fim em si mesmo mas um meio, um recurso instrucional a mais, cuja eficácia dependerá da capacidade daqueles que o utilizam".(p,29). Segundo Wilson Azevêdo "a máquina não vai acabar com o professor, ela vai ajudar a transformar e educador colocando-o diante de novos desafios".