Universidade Federal de Santa Catarina UFSC

Curso de pós graduação em Ciência da Computação

Informática Aplicada à Educação

Computadores, Escola e Sociedade.

Ana Cláudia Fiorin Pianesso

fiorin@inf.ufsc.br

No contexto de informática aplicada à educação, assim como para o entendimento de qualquer tecnologia precisa-se construir um modelo interpretativo da realidade que vivemos. Deve-se ter em mente que as questões a serem consideradas são nossas e não estrangeiras.

Com base na avaliação dos possíveis efeitos sociais das novas tecnologias, deve-se optar por preparar ações que visem preparar nossa sociedade para dar sentido e ética ao seu próprio desenvolvimento. Precisamos partir para um desenvolvimento de tecnologia nacional que nos conduza, a uma relativa independência tecnológica. Quebrando-se desta forma o elo de dominação das estruturas dos países desenvolvidos.

O uso de uma tecnologia para os objetivos de participação, segurança e eficiência caracteriza-se por uma incorporação de novos valores, que venham suportar os igualmente novos métodos e processos.

Na verdade debate-se o uso da informática na educação(é bom? Não é bom? Deve-se usar?) e não "qual é o problema da educação?". "Deve-se buscar uma filosofia da educação que privilegie não só o funcional, mas também, e principalmente, o existencial".

Deve-se levar em consideração que, o computador é um recurso a mais, que pode ser usado bem ou mal, dependendo da pedagogia em que se acredite e do que se deseje fazer do homem a ser educado. Assim, o uso do mesmo não torna indispensável o professor, sendo um meio, um recurso instrucional a mais, cuja eficácia dependerá da capacidade daqueles que o utilizam.

Na história da humanidade, a informática representa um salto qualitativo, pela primeira vez uma tecnologia não apenas amplia a capacidade sensório-motora do homem para ampliar sua própria capacidade mental de armazenar, processar e recuperar a informação. O desenvolvimento das telecomunicações e a união desta com a informática desencadeia uma preocupação com o modelo a ser adotado: a centralização ou a democratização da informação, uma escolha nada fácil.

O caráter individualista atribuído ao computador depende do modelo pedagógico adotado ou de uma filosofia da educação. "Ele poderá ser utilizado por uma educação pela socialização ou por uma educação individualista, para dar primazia a uma educação baseada na concepção de que educar é transmitir conhecimento ou de que educar é desenvolver o potencial mental ao máximo" Tudo isso dependerá daqueles que o utilizarão.

É ingênuo acreditar que o uso do computador na escola possa acarretar a elitização do ensino. Esta já existe e, à medida em que não se propaga o uso do computador, estamos alargando o fosso entre os que têm acesso e os que não têm acesso às tecnolnogias da informação, dentre elas o computador.

Os problemas da educação no Brasil não se reduzem aos problemas ligados à informática, mas, à ausência de uma definição clara do perfil do cidadão brasileiro que se quer formar. Para tanto é necessário perseguir alguns objetivos:

· "ampliação do modelo de interpretação da realidade do cidadão brasileiro, para que ele possa optar por um modelo democrático de acesso à informação;

· ampliação de ver o mundo do especialista em informática, para que ele perceba o alcance social das novas tecnologias e seja um pouco mais crítico nas ações sob suas responsabilidades;

· ampliação do leque de conhecimento do educador;

· a aproximação, entre o educador e o especialista".

· Daí derivam três ações:

· Educar para a teleinformática

· Educar pela teleinformática

· Educar em teleinformática: